Sempre mais nos damos conta de quanto o nosso planeta é precioso e único no universo. Sem excluir que possa haver vida em algum outro lugar na imensidão do cosmo, o certo é que, com todo o seu potencial para esquadrinhar o espaço sideral, os estudiosos ainda não conseguiram detectar nada que se pareça com a vida no nosso Planeta Azul; nem mesmo com suas formas mais elementares.
A Terra é a casa da vida, o espaço privilegiado que abriga uma diversidade enorme de seres vivos. Ela é o condomínio da família humana, com suas raças, seus povos e suas culturas diferentes; lentamente, e com certa relutância, vamos aprendendo que ninguém é dono absoluto de pedaço algum deste globo e que todos fazem parte de uma imensa comunidade humana, que tem tanto em comum.
Todos são responsáveis por todos nesta comunidade e o bem de cada um só será completo se também for o bem de todos os demais; da mesma forma, o mal de um é o mal de todos. Comum deve ser também o zelo para que este condomínio não seja descuidado e tornado inabitável com o passar do tempo. Está em jogo o bem de todos.
Embora a questão ambiental entre, aos poucos, nas preocupações diárias, ainda estamos longe de ter alcançado uma consciência coletiva que seja capaz de frear os estragos causados pela intervenção humana na natureza; no âmbito dos comportamentos individuais, há muito que fazer para que o zelo pelo ambiente se torne habitual e cultural; no campo das decisões políticas, em todos os níveis, está difícil chegar a consensos que levem plenamente a sério a questão ambiental; de fato, procura-se salvar, geralmente, mais os interesses imediatos e particulares do que a sustentabilidade, a médio e longo prazos, desta casa comum que nos abriga.
7 comentários:
Vivemos numa sociedade sacudida por um "crise" de consciência moral. Alguns dizem que não se trata mais de uma crise religiosa, que confronta atitudes humanas com a lei divina, mas uma crise ética (positiva) que confronta a atitude humana com a lei do planeta Terra. As grandes questões da ética contemporânea, penso eu, convergem para o problema da vida planetária e humana. Daí a relevância da Bioética como canal de comunicação e revelação entre os seres vivos e os humanos (e esses entre si).
A responsabilidade pela minimização da ameaça à biosfera é do homem, em nossas mãos está a sobrevivência da coletividade humana como bem apontou Dom Sherer.
Por outro lado, gostaria de apontar também o homem [ demonstra-se ser por excelência ] um explorador, insaciável, e sempre ávido do desejo e da busca pelo novo, pela descoberta( também responsável por grande parcela dos males ambientais enfrentados pela humanidade). Com isso, a distância a ser superada para alcançarmos uma consciência coletiva e a satisfação /insatisfação humana se configura como uma suspeita...
Partilho com todos um belo poema de Carlos Drumond de Andrade, de 1973:
O HOMEM; AS VIAGENS
O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.
Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto — é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.
Alessandro, sendo assim como dizes, e penso que é. Percebamos como as questões teológicas mudam, como se reconfigura o papel da teologia, e mais especificamente, da ética teológica, que passa a ter uma função mais hermenêutica que normativa da situação da relação do ser humano com Deus, com o mundo e com o próximo.
Luiz, a idéia de lançar a suspeita (pergunta) sobre o ser humano, como você disse, está em linha com a teologia feita a partir das perguntas antropológicas e também na tradição filosófica crítica.
Bom ver que a Igreja não está alienada ou distante da questão ecológica. Fico feliz com atitudes como a CF 2011 e falas como essa de Dom Odilo porque, além de mostrar oficialmente o interesse da Igreja pelo cuidado com meio ambiente, percebo que me motiva para o cuidado e atenção para as questões ambientais.
A Folha de São Paulo do último sábado 12\02 na parte Tendências\Debates tem a seguinte pergunta: "os esforços do governo para construir a usina de Belo Monte devem ser mantidos?" Luiz Pinguelli Rosa (ex-presidente da Eletrobrás) defende que sim! Sua resposta está baseada em observações econômicas e no potencial hidroelétrico do Brasil. já Marcelo furtado (diretor executivo do greenpeace no Brasil) defende que não! Ele apresente outras fontes de energia como a eólica. O greenpeace ofereçe um projeto alternativo viável e muito interessante! Briga boa esta! lembrei-me de outra "briga" boa que aconteceu no Nordeste por causa da transposição do rio São Francisco! Dom Luiz Capio fez jejum na beira do rio - gesto profético? - contra a transposição pois seria agreção ao rio e ao povo muito grande grande. Quem vai fazer jejum por Belo Monte? Quem sabe, Dom Odilo! Talvez não, está longe demais...
Confiram o debate na Folha! vou levar pra aula de segunda-feira.
Me parece que el credo bioético de Potter, padre de la bioética, va también en este sentido. Destaco dos de sus afirmaciones: “Creo que la sobrevivencia futura, como el desarrollo de la humanidad… están fuertemente condicionados por las acciones del presente y por los planos que afectan el medio ambiente. Compromiso: tentare adaptar mi estilo de vida e influenciar los otros… ser promotor para un mundo mejor a las futuras generaciones…, tentaré evitar acciones que coloquen en riesgo su futuro…”. Un gran desafío que tenemos, así que es la hora de asumir acciones concretas en nuestra vida cotidiana.
Realmente! prof. Germano, vc me faz refletir. Infelizmente, boa parte das florestas desapareceram e deram lugar a grandes fazendas. Muitos rios se tornaram esgotos de grandes cidades. Até mesmo pequenos produtores agrícolas estão padecendo com questões da quantidade de pragas que invadem suas lavouras. A utilização de agrotóxicos para liquidar ervas daninhas e incetos para o cultivo de feijão, arroz, café e outros, se torna cada vez maiores. O desmatamento causa o assoreamento de rios que estão desaparecendo soterrados. A natureza se revolta com o erro humano e a cada dia aumenta os desastres ambientais, que nos trazem como paga: morte e destruições. Mas o homem fecha os olhos e continua sem cuidar do nosso bem mais precioso, o planeta terra. Tudo isso por causa de sua ganância, seu desejo de poder. É preferível deixar como herança aos filhos o caos, do que fazer sua parte na proteção do meio ambiente? Será que seremos capazes de nos adaptar com o novo planeta que estamos construindo? A verdade é que o bem do meu próximo depende de mim. Se faço a minha parte, como uma gota de água que cai em um terreno seco, quem sabe posso estar fazendo a diferença pelo bem da vida.
Bueno la verdad que todo este mundo de la Bioética, para mí, es nuevo, interesante y complicado. Pensar y poner en práctica el objetivo de la Bioética no es fácil. No digo que no se pueda, pero hoy día muchos hombres y mujeres, no tienen conciencia de lo importante que es cuidar y preservar los bosques, los ríos, y la vida humana. Y esto porque vivimos en una cultura globalizada en la que predomina el consumismo. Una cultura que solo nos lleva a pensar en mí y en mis necesidades. Tal vez se puede decir, que estamos viviendo una cultura del sálvese el que pueda. Atrás de todo este consumismo y desarrollo tecnológico, no solo está el querer descubrir el misterio del cosmos y el saber humano, sino que existen intereses económicos, que al parecer son más importantes que la vida del planeta y todos sus componentes.
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