terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O LEIGO, A TEOLOGIA E A BIOÉTICA, NEM MENINA, NEM MULHER.

Amanhece para o ser humano. Trata de desligar o celular que o desperta, lavar o rosto com o sabonete próprio, tomar o café matinal com pães, bolos, cereais, frutas ou apenas um café e se preparar para mais um dia. Uns passam gel, outros ou outras se maquiam, passam cremes, escolhem um determinado tipo de roupa e seguem o seu caminho. Se for dia de recolher o lixo, lá se vai as sacolas plásticas com todo tipo de descartes: papeis de todos os tipos, restos de alimentação, garrafas vazias e muitos mais coisas que dariam vários outros parágrafos; uns jogam em qualquer lugar, outros nos locais impróprios.
Vão de ônibus empresariais, motos, transportes coletivos, caronas, a pé, de bicicleta ou já estão no local de trabalho/estudo. Lancham nos momentos apropriados, conversam, trocam informações por celular, via internet ou mesmo pessoalmente. Acerta um encontro, um almoço, um cinema, sair para festejar, ir ao teatro, ao cinema, ao churrasco no final de semana, num aniversário, à piscina, etc.
À noite, depois de ter ido ao shopping, ao boteco, no camelô ou qualquer outro lugar, retornam para casa; depois de ter feito inúmeras ligações, lidas várias mensagens, comido algo, ou não. Assistem televisão ou filmes, praticam monólogos familiares, leem as correspondências, usam e abusam do micro-ondas, tomam banho usando os produtos aconselhados, passam novamente cremes anti tudo e vão dormir. Alguns se dirigem para variados cursos noturnos para depois realizarem esse cerimonial. Cultiva-se talvez uma planta, qualquer uma; doa-se algo em espécie ou dinheiro para uma instituição de caridade, qualquer uma; sem se esquecer do dízimo, pois socialmente aprendeu a lidar com tudo o que é politicamente correto.
Um dia comum, com tudo comum, mas com o auxílio de toda a benfeitoria moderna que já se incorporou na vida graças às tecnologias modernas. Não se percebe o gasto desnecessário de várias coisas, a contribuição para o desmatamento, a poluição causada, descartes desnecessários -até mesmo a relação fica descartável-, a solidão nas relações. Manda-se e-mail de felicitações, usam-se os fones sagrados para não ouvir ou não querer ouvir pessoas, finge-se ler no ônibus e metrô para não ceder lugares ou mesmo para evitar um olhar, compram-se CD/DVD piratas, pois são mais baratos, vão à academia de ginástica para modelar o corpo, tomam-se porções mágicas como complemento alimentar; plastifica-se o corpo. Se de tudo ainda sentir a famosa solidão, rotulada de stress, depressão, cansaço físico, desconcentração, há a famosa pílula da felicidade denominada Prozac ou para os menos afortunados, a Fluoxetina. Os jovens chamam de “ficar” àquele momento com o outro objetivando preencher a ausência da relação familiar; buscam estar com alguém para preencher o vazio deixado pela família e o transforma em sexualidade carnal. Ficar é estar sem se permitir ver por dentro; sem permitir ao outro ver como realmente se é, então, poucas palavras para não me mostrar e muita ação para continuar se enganando. Circulo vicioso social/afetivo.
Usa-se figuras poéticas ou midiáticas para dizer o que não se sabe dizer corretamente por se estar lidando com o novo ou por talvez desviar a percepção do outro para a figura -mecanismo de defesa-, assim não se permitindo ver como é. (não é juízo de valor. São coisas da modernidade, a qual, graças a..., nos ensina a usar a persona grega). Vivemos um pecado social sem nos dar conta, para os quais as confissões cotidianas solucionam. [continua]

Por Geraldo Ulisses
Créditos da imagem: http://www.filmreference.com/images/sjff_01_img0295.jpg

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