segunda-feira, 18 de abril de 2011
Entra em vigor lei que proíbe uso de sacolas plásticas em BH
Os estabelecimentos vão ser fiscalizados e os locais que continuarem a fazer o uso das sacolas pagarão multa de R$ 1 mil e podem ser interditados.
A lei, que foi aprovada em fevereiro de 2008, deu prazo de três anos para o comércio se adaptar.
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quarta-feira, 9 de março de 2011
Qualidade de morte
(publicado no "Tendências e debates" da Folha SP, 09-03-2011.)
Até meados do século 20, dava quase na mesma ser pobre ou rico na hora de morrer: iam-se todos de modo semelhante, pois as doenças ignoravam privilégios.
Diante da tuberculose, por exemplo, não havia ouro que comprasse sofrimento menor ou alguma sobrevida: morriam afogados, na derradeira hemoptise, tanto os operários de Manchester estudados por Engels como os burgueses dos quais nos fala Thomas Mann em "A Montanha Mágica".
Com o avanço da ciência, porém, tudo parece ter mudado. Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais "rica", também garante a qualidade da morte: por meio dele, os abastados despedem-se deste mundo no ambiente glamuroso de "hospitais-boutique", sob os cuidados dos "médicos da moda". Mas será que as coisas são tão simples?
Por um lado, ainda que a pobreza torne a vida difícil, é ingênuo pensar que a riqueza, por si só, seja capaz de resolver os enigmas que a existência nos impõe, magnatas ou não. E o remorso não raro corrói a paga que os "eleitos" recebem por sua ganância.
Se isso não é tão claro, é porque a maioria das pessoas desconhece a intimidade dos poderosos, sempre dilacerada por conflitos: os psicoterapeutas e os próprios poderosos sabem bem do que falo. Por outro lado, o acesso à medicina "de ponta" nem sempre é garantia de boa recuperação ou de morte tranquila, além de dar origem a paradoxos.
Um exemplo é a angústia que destrói a saúde dos que sofrem, no presente, com as moléstias que -imaginam- terão no futuro. Martirizam-se, assim, por não terem um plano de saúde "top", o qual já se tornou, ao lado do carro "zero", o atual sonho de consumo.
Para essa angústia contribuem, crucialmente, a propaganda dos centros diagnósticos -que não param de crescer- e a ingenuidade de médicos que confundem prevenção com obsessão por doenças.
Outro exemplo é o caso dos doentes terminais mantidos vivos mesmo à custa de muita dor, bem como a insensatez de uma legislação que proíbe a eutanásia para as pessoas que dela necessitam, condenando-as, cruelmente, ao papel de axiomas de grotesca tese: a de que a vida deve ser sempre preservada, "coûte que coûte"...
Mas, já que a morte segue inevitável -muito embora a publicidade procure nos convencer de que somos imortais-, não seria melhor que encarássemos a vida de outro modo, empregando-a não só para "conquistar um lugar ao sol" mas também para aceitar um "cantinho" nas sombras para onde iremos todos? Não seria importante que aprendêssemos a morrer, buscando, se preciso, nas ideias de outras épocas a espiritualidade que tanta falta nos faz?
Infelizmente, não é o que vemos.
Ao ideal da morte honrosa dos gregos, da morte-libertação dos gnósticos, da boa morte dos cristãos medievais, da morte heroica dos românticos, nós contrapomos a "morte segura" no leito high-tech de um hospital chique, transfixados por catéteres e "plugados" na TV. Uma morte que é o símbolo perfeito da doença que acomete a nossa civilização e que, decerto, vai matá-la: o conformismo hedonista.
Por CLÁUDIO L. N. GUIMARÃES DOS SANTOS, 50, escritor, artista plástico, médico e diplomata, é mestre em artes pela ECA-USP e doutor em linguística pela Universidade de Toulouse-Le Mirail (França). Blog: http://perplexidadesereflexoes.blogspot.com.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
A integração entre ciência e espiritualidade
Continue a ler aqui, no site DOM Total.
A bioética segundo Franklin - III
domingo, 27 de fevereiro de 2011
A bioética segundo Franklin - II
A realidade complexa ou plurifacetada exigiu o surgimento de várias ciências que, atualmente, encontram na bioética um espaço para dialogar ou efetivar a sonhada interdisciplinariedade. Tantos saberes, que antes pareciam ou se queriam desconexos, percebem-se imbricados porque tentam conhecer e, às vezes, dominar a vida em todas as suas facetas. Faz lembrar de uma teia onde os diversos fios – saberes – embora pareçam separados possuem ligeiros pontos de contato que garantem sua eficácia. Esta imagem – teia – poderia ser aplicada a bioética.
A tarefa de “dominar” a realidade plurifacetada faz surgir questões urgentes. A bioética contribui com modos diferentes na solução das questões: principialista e casuístico. Fios distintos mas que se cruzam para garantir a eficácia segura e cuidadosa no desenvolvimento humano – tecnociências. Mais uma vez a imagem da teia! Poder-se-ia falar de bioéticas!
O modo principialista parte dos princípios - beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça – para tratar das questões e apresentar respostas eficazes. Estes princípios são frutos de reflexões sobre casos concretos nos quais a vida foi posta em risco ou seres humanos não foram respeitados. O problema com este modo de ser da bioética surge quando os princípios são aplicados sem se levar em conta as circunstâncias concretas dos casos. Partir de pressupostos universais para analisar e resolver questões éticas pontuais parece um caminho dedutivo seguro. Exacerbar estes mesmos pressupostos princípios desprezando o contexto leva ao principialismo – exagerada confiança nos princípios - que pode ser nocivo. Um outro extremo seria a casuísmo porque parte apenas dos casos concretos. Roque Junges sugere uma inter-relação dessas “duas faces da bioética”: casuística levada em conta porque as questões éticas concretas exigem respostas e exercício hermenêutico dos pressupostos.
Só há teia se uma aranha a construir! Que aranha é capaz de juntar ou construir fios diversos – diferentes saberes\diferentes bioéticas – fazendo-os inter-conexos no cuidado com a plurifaceta realidade se não a hermenêutica! Ela interpreta não só a complexa realidade produtora de casos como também os pressupostos princípios com os quais nos aproximamos dessa mesma realidade e dos casos. Diferente da aranha que constrói sua teia como armadilha para agarrar suas prezas, a hermenêutica tece uma teia de relações que tem como centro o cuidado com o outro.
Por Franklin Alves Pereira
sábado, 26 de fevereiro de 2011
A bioética segundo Franklin - I
de uma imagem que açambarque a bioética evidenciando a que ela se propõe. A imagem de uma
ponte! Não frágil, mas flexível porque feita de cordas (princípios da bioética) e madeira (natureza
da bioética). Para livrar a humanidade do precipício (colapso ou destruição) que as intervenções do
ser humano podem provocar. Além disso, para conduzir ao futuro mais seguro.
A bioética é de natureza “relacional”, pois está preocupada não só com o modo como as relações
entre ser humano e realidade se estabelecem, mas também com o impacto dessas mesmas relações
no próprio ser humano e no meio ambiente. Criar um espaço de relação dialogal onde todos os que
estão envolvidos no processo de produção, aquisição e manipulação do conhecimento que incide
sobre a realidade, faz parte da natureza da bioética. Por isso, as tábuas dessa ponte são a natureza
dialógico-relacional da bioética. Dá firmeza.
Este diálogo-relação que orienta a ação de uso fruto da realidade se estabelece com base em
princípios. A madeira da ponte precisa de cordas que entrelaçadas dão sustentabilidade a ponte. Os
princípios são estas cordas! O princípio do benefício ou de não malefício: fazer o bem e prevenir
o mal; o princípio de autonomia: respeito aos direitos do ser humano que pode decidir sobre o
tratamento aplicado e o princípio da justiça: igualdade de tratamento e distribuição do conhecido.
Atravessar esta ponte exige equilíbrio!
Criar um equilíbrio nesta dinâmica não-retroativa do conhecimento que domina a realidade no
intuito que produzir melhorias na e para a vida, parece ser este o objetivo da bioética. Tal equilíbrio
faz surgir uma ética do cuidado na qual os princípios da dominação, consumismo e financeiros são
substituídos pelo bem do outro, pela autonomia do outro e pelo direito do outro. Mas este outro está
inserido numa comunidade!
O desenvolvimento das tecnociências nos faz perceber esta ponte – bioética – balançando sobre
o abismo da destruição e nos levando do extremo da tecnofilia e tecnofóbia ao lugar seguro do
cuidado com os outros e o meio ambiente.
Franklin Alves Pereira
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
UN ENCUENTRO CON MISS BIOÉTICA
Nova série no bioeticafaje2011
Créditos imagem: http://www.springfieldpubliclibrary.com/joomla15/images/stories/letter-writing.jpg
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Dois paradigmas ser humano-computador: da “inteligência artificial” à “realidade virtual”
Porque mi “fe” es más fuerte
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgffDf_06gSHVsXD0ovdYy9uvZj08Hi2nnTskfiTp5znIJzLXMlLbVzqghzuESrtVYyQkrVzTGbfxK2a28tub0IYGE9b8hDBJnjl5o30YNU24swBnD6bJcHUehaZ9kok3D1015NbkpJzQmB/s320/no-criticism-of-religion-e.jpg)
En la historia de salvación de Israel, David promete construir una casa para Yahvé, en agradecimiento por consolidar la realeza davídica para siempre (2 Sm 7, 13), después Salomón realizará esa promesa, posteriormente como vimos ese templo se convirtió en símbolo de una institución que generaba muerte con su forma de cómo aplicar las leyes religiosas. Desde esta perspectiva es interesante cuando lo religioso influye en lo ético ya sea desde el culto – ritual hasta lo dogmático.
Puede ser contraproducente saber que mucho de nuestro actuar religioso puede muchas veces se contrapone a la realidad, saber que hay diferentes líneas de cómo realizar un trabajo pastoral dentro de nuestro entorno, algunas de esas formas de misión todavía mantienen una forma primitiva de “evangelización” donde se antepone una cultura a otra. Pero lo más fuerte es cuando ese actuar no toma en cuenta a quienes se dirige ni la realidad de estos, como cuando se construyen grandes templos en zonas periféricas, donde la pobreza es recalcitrante y para que la conciencia quede tranquila, colocan un centro social sin ninguna proyección de realmente ayudar a mejorar la situación de las personas, esto ocurre sobre todo dentro de religiones con un punto de vista cerrado y primitivo, sumándose la necesidad de recaudar dinero y usando la fe para eso.
Vamos para lo macro, dentro de esta línea es asombroso el que muchos grupos religiosos estén implicados en negocios de transnacionales sedientas de recursos naturales y que ocasionan problemas ecológicos profundos, dejando a poblaciones en la miseria y haciendo un uso desenfrenado de la tecnología, o tengan fondos invertidos en bancos o financieras que están implicadas con el mercado negro, en venta de armas o tráfico de órganos; que por un lado hablen de ética y por otro, escondidamente, estén implicados en todos estos negocios, además de ayudar a tornar a la religión en un verdadero “opio del pueblo” en el sentido de mantener a las “ovejas” desinformadas y en un infantilismo religioso, llena de devociones y temores, mostrando una imagen de Dios, a veces una imagen asesina de este; a veces también la religión asume el papel de Dios en los que se trata de decidir sobre la vida y la muerte, apoyándose en sus dogmas.
Dentro de nuestra Iglesia existen lamentablemente estos grupos y con esos lineamientos, como también posiciones contrarias a esta forma de actuar que corren el riesgo de tornarse una ideología cercana al marxismo o de quedarse con la memoria de buenas ideas surgidas desde la Iglesias que planteó una teología desde su realidad y que se radicalizó en un actuar cerrado al dialogo.
Dentro de la bioética, fueron los teólogos (según Durant) los que generaron la preocupación por una reflexión para poder plantear una ética dentro de la medicina, ¿será que ahora el papel del teólogo tiene que manifestarse dentro de estos aspectos que surgen en la forma de actuar de las religiones que ayuden a una ética para la vida? Se nos dice que tenemos que saber leer los signos de los tiempos, para esto necesitamos prepararnos para poder intervenir en toda la problemática que implica el cuidado de la vida, no solamente física sino también de la salud mental, saber ser generadores de pensamiento que ayude al Creador a seguir construyendo un mundo de bien. Ahora ¿será que tenemos que enfrentarnos en dos polos que se dan dentro de nuestra Iglesia? ¿cómo salir de ese sistema que el capitalismo nos plantea para poder sobrevivir? Creo que por este motivo para poder realizar una bioética se busca más pensar desde lo racional humano que desde los religioso y dentro de ese campo está también la teóloga y el teólogo, que no ponga como pretexto su razones de fe para poder conseguir cambios en los otros.
Ahi les dejo el link de una reseña de un libro que les podria interesar para poder enterarse de algunos aspectos sobre uno de esos grupos religiosos http://biblioteca.itam.mx/estudios/60-89/67/AlbertoSauretEmilioCorbiereOPUSDEIEl.pdf
Imagen: http://lalinternadediogenes.wordpress.com/2010/01/
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
“LA LLORONA”: UMA MULHER SEM NOME
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiMWDDF0SEw5N365zyNiS-qx90wCOSTG0IRmpLTC5qIcZSU3rjHmPaMb4pPZNhPEQnwqLza8Dw-ZuRDERORBXGvyRBBoB8fnErTufy_nsiFGedACXyLgTVtWh2LWGRjuUTHnw6BFO_AN4/s400/Esperan%25C3%25A7a.bmp)
Dizem que, à noite, ainda ouve-se o seu chorar à beira dos rios. Ela derrama as lágrimas amargas da solidão e da culpa e, avançando no silêncio, rasteja nas águas com seus longos cabelos à procura das almas dos filhos mortos por suas mãos de mãe. Aconteceu há muito, muito tempo atrás. Um homem, vindo do mar, amou essa mulher sem nome e teve com ela dois filhos. Mas, um dia, quis ir embora e levar consigo os meninos para casar com outra mulher, mais rica e poderosa. Foi então que aconteceu a tragédia. Uma mãe desesperada afogou seus filhos e se matou. Esta mulher não tem nome, mas tem o rosto de muitas mães que carregam o peso de uma história, de uma estrutura social, de uma relação opressiva. Ela é chamada em vários países de língua espanhola “ la Llorona” (1).
Sgreccia, ao falar do estatuto do embrião, (2) afirma a “autonomia do embrião”, i.é, a dependência extrínseca do embrião do corpo da mãe. Não é a relação com a mãe que faz o individuo, mas o indivíduo existente que faz a relação. Mas como distinguir a existência do imaginário da existência? Nem a Llorona nem o seu homem souberam fazer esta distinção. Os filhos imaginados, como criaturas totalmente dependentes, à mercê das decisões dos que têm poder (os pais, o entorno social), coincidiram com os filhos fora do imaginário, indivíduos diferentes daquelas criaturas sonhadas, frutos de um amor já inexistente. Eles se tornaram objeto de um poder ferido e disputado. A mulher inominável, querendo eliminar seu próprio imaginário, eliminou a carne do outro... Carne do outro tragicamente dependente da sua. A fusão do imaginário com o existente-fora-de-si gerou morte. Parece-me que, assim como estas crianças inominadas, também os embriões sem nome, hoje objeto de tantos debates, sejam só “idealmente” autônomos... ou talvez deveríamos dizer biologicamente! No dia-a-dia das nossas ruas eles dependem de um útero, que depende de um corpo, que depende de uma identidade, que depende de uma rede de relações, influenciada por um contexto social... E dos respectivos imaginários. Mas esta dependência não pode eliminar a alteridade, o mistério que se esconde além daquilo que o outro é para mim, salvando-o da minha necessidade de controle e de posse. Coloca-se, então, um problema sério: quem nos ensina a tolerar a frustração que vem do não poder, do não controle perante o mistério do outro? Que redes sociais cuidam dos pais quando eles se defrontam com o mistério da própria infecundidade? Quem cuida de inumeráveis mulheres inomináveis que estão obrigadas a viver a própria gravidez como uma questão privada? A “privacidade” pode se tornar uma condenação! Ainda uma vez o corpo pode ser caminho. O corpo social entendido como história, tradições, rede que não prende, mas protege para evitar a fragmentação, que educa e acompanha. Talvez a Llorona, envolvida por esse corpo, não teria negado o próprio corpo nem os corpos dos outros. Podem as nossas comunidades eclesiais ser este corpo discreto e presente no seio da sociedade?
Valentina
(1) Llorona significa “aquela que chora muito”. Clarissa Pinkola Estes, psicóloga, psicoanalista junguiana e antropóloga, associa esta história à crise da vida criativa. Cf. CLARISSA PINKOLA ESTÉS. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, pp. 375- 415 (Cap. 10). O texto é acessível também pelo site: http://veterinariosnodiva.com.br/books/MULHERES_QUE_CORREM_COM_OS_LOBOS.pdf
(2) SGRECCIA, E. Manual de Bioética. I – Fundamentos e ética biomédica. São Paulo: Loyola, 1996.
IMAGEM: Gustav Klimt, Esperança. http://expressoriente.blogspot.com/2007_05_01_archive.html
O ser em gestação - esquema
1. O embrião é coisa ou pessoa? O embrião humano é digno de respeito ou não? O seu ser é capaz de parar meu poder? Tenho alguma responsabilidade diante desse ser?
2. A razão deste questionamento é, hoje, o poder das manipulações biomédicas.
a. O ser do embrião é tão velho quanto a humanidade. O que é novo, para nós hoje, é o poder que podemos exercer sobre o embrião.
3. Ligado às origens do ser humano... ligado ao direito à vida. A pergunta é então “com que direito?”
4. Somente quando o embrião se torna objeto de nossa intervenção tecnológica ele passa a ser um objeto de estudo para a ética.
a. Nos encontramos na posição de ter que justificar nossos atos.
b. Mas somente se o embrião for pessoa e não coisa.
5. A PRIMEIRA questão: O embrião é um ser? É um ser humano? Há uma identidade biológica.
a. Ele é indivíduo da espécie humana ou apenas parte do corpo humano?
b. A questão aqui é o fenômeno do embrião, se manifesta-se como fenômeno humano.
c. Filosofia da biologia: A noção de individualidade biológica.
d. Outras obs:
i. Na biologia, cada «indivíduo» se identifica no organismo cuja existência coincide com seu «Ciclo vital», isto é, «a extensão no espaço e no tempo da vida de uma individualidade biológica». A origem de um organismo biológico coincide, portanto, com o início de seu ciclo vital.
ii. Posição católica: como um indivíduo humano não seria um ser humano? ... depois se estende à personalidade, direito à vida, direito a proteção jurídica.
6. A SEGUNDA questão: O embrião humano é uma pessoa?
a. Problemas da alma e do corpo; do mental e do psíquico; da personalidade; da disponibilidade (está ele disponível como objeto?); da responsabilidade.
7. DISCERNIMENTO: quem é o outro (pessoa) que exige responsabilidade?
a. O embrião humano é um outro? Pessoa?
8. PROPOSTA: Uma ética fundamental da responsabilidade pessoal --- diferente da bioética de preocupação política (direito à vida). Aqui está a especificidade de Bourguet
a. Ética de responsabilidade pessoal, de si e do outro.
b. O que nos permite alcançar a existência de outrem, não é a identidade (do real, da liberdade, da autonomia), mas a diferença.
c. Em suma, perguntaríamos a nós mesmos “serei eu um ex-embrião?”
i. Posso superar essa alteridade aparentemente insuperável, que é a existência embrionária identificando-a à minha vida?
ii. Se o embrião para mim não é outrem, na sua diferença, pelo menos se pode superar isso pensando a mim mesmo como ex-embrião.
d. E aí pode-se ver a si mesmo não como sujeito moral, um sujeito capaz de respeito, mas como objeto moral, um objeto digno de respeito que me conduz a mim mesmo e aos meus julgamentos morais, decisões a atitudes.
e. Isto é, eu mesmo estou implicado num continuum que é minha própria vida, uma vida humana.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O LEIGO, A TEOLOGIA E A BIOÉTICA, NEM MENINA, NEM MULHER - Parte II
O LEIGO, A TEOLOGIA E A BIOÉTICA, NEM MENINA, NEM MULHER.
Vão de ônibus empresariais, motos, transportes coletivos, caronas, a pé, de bicicleta ou já estão no local de trabalho/estudo. Lancham nos momentos apropriados, conversam, trocam informações por celular, via internet ou mesmo pessoalmente. Acerta um encontro, um almoço, um cinema, sair para festejar, ir ao teatro, ao cinema, ao churrasco no final de semana, num aniversário, à piscina, etc.
À noite, depois de ter ido ao shopping, ao boteco, no camelô ou qualquer outro lugar, retornam para casa; depois de ter feito inúmeras ligações, lidas várias mensagens, comido algo, ou não. Assistem televisão ou filmes, praticam monólogos familiares, leem as correspondências, usam e abusam do micro-ondas, tomam banho usando os produtos aconselhados, passam novamente cremes anti tudo e vão dormir. Alguns se dirigem para variados cursos noturnos para depois realizarem esse cerimonial. Cultiva-se talvez uma planta, qualquer uma; doa-se algo em espécie ou dinheiro para uma instituição de caridade, qualquer uma; sem se esquecer do dízimo, pois socialmente aprendeu a lidar com tudo o que é politicamente correto.
Um dia comum, com tudo comum, mas com o auxílio de toda a benfeitoria moderna que já se incorporou na vida graças às tecnologias modernas. Não se percebe o gasto desnecessário de várias coisas, a contribuição para o desmatamento, a poluição causada, descartes desnecessários -até mesmo a relação fica descartável-, a solidão nas relações. Manda-se e-mail de felicitações, usam-se os fones sagrados para não ouvir ou não querer ouvir pessoas, finge-se ler no ônibus e metrô para não ceder lugares ou mesmo para evitar um olhar, compram-se CD/DVD piratas, pois são mais baratos, vão à academia de ginástica para modelar o corpo, tomam-se porções mágicas como complemento alimentar; plastifica-se o corpo. Se de tudo ainda sentir a famosa solidão, rotulada de stress, depressão, cansaço físico, desconcentração, há a famosa pílula da felicidade denominada Prozac ou para os menos afortunados, a Fluoxetina. Os jovens chamam de “ficar” àquele momento com o outro objetivando preencher a ausência da relação familiar; buscam estar com alguém para preencher o vazio deixado pela família e o transforma em sexualidade carnal. Ficar é estar sem se permitir ver por dentro; sem permitir ao outro ver como realmente se é, então, poucas palavras para não me mostrar e muita ação para continuar se enganando. Circulo vicioso social/afetivo.
Usa-se figuras poéticas ou midiáticas para dizer o que não se sabe dizer corretamente por se estar lidando com o novo ou por talvez desviar a percepção do outro para a figura -mecanismo de defesa-, assim não se permitindo ver como é. (não é juízo de valor. São coisas da modernidade, a qual, graças a..., nos ensina a usar a persona grega). Vivemos um pecado social sem nos dar conta, para os quais as confissões cotidianas solucionam. [continua]
Por Geraldo Ulisses
Créditos da imagem: http://www.filmreference.com/images/sjff_01_img0295.jpg
Reflexão sobre o filme "Mar Adentro": eutanásia e liberdade de escolha
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Porque “trans”-disciplinaridade em bioética?
Lex Luthor: O Mito do Lado Sombrio da Tecnociência
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Questões da prova publicadas!
![](http://www.blogger.com/img/icon18_edit_allbkg.gif)
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Atrapalha a Teologia no debate bioético?
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
¿Hijos de Caín o una Nínive redimida?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyeXiBQozl8kwb1QuL6cZGZbCsfq5kKu9eC41WOSFyXorZkP-PsoM2Xbgg9lfPKSrPOQpibT6UP7Qqm71J2CEtWhZ8ww-U3ZDzTzWCAVl2Epul_HkcyXJusgr7IlgmXLmMZmUc50ux7sOO/s320/nyc-new-york-downtown-manha.jpg)
Es interesante como el agricultor Caín construyó la primera ciudad para su hijo Henoc (Gn 4, 17), ¿el asesino de su hermano nos dejó está herencia que hoy llamamos ciudad?, esa es la visión que nos da la Escritura sobre el origen del escenario principal del actuar de la humanidad, su espacio urbano.
Tal vez con todo lo que observamos todos los días en nuestras ciudades da para pensar como el sistema económico que vivimos, nos muestra que esa herencia maldita se quedó entre nosotros, el sacrificio de muchos a favor de pocos.
El hombre desde que creó su primer asentamiento, no ha parado para modificar su entorno y crear siempre más comodidad para mejorar su vida, es algo que está dentro del ser humano, no puede estar estático, siempre va creando y para poder vivir en comunidad también necesita de organizarse; en la ciudad estado se van perfilando tres núcleos en el cual se articula la ciudad, el palacio del gobernante, el templo religioso y el cuartel militar, estos núcleos se interrelacionan entre sí, principalmente en torno a su economía con base a su comercio. Posteriormente también se puede añadir a partir de las épocas medieval y moderna, centros para la educación y salud.
Bueno, a partir de esto, podemos encontrar que la tecnología se desarrolla principalmente en este espacio y por sobre todo para mantenerlo y desarrollarlo. Para seguir modificando su entorno y para la subsistencia de sus habitantes, la urbe, precisa de los recursos naturales, la ciudad es consumidora como tal, ¿qué produce? ¿tal vez más trabajo y consumo? No podemos vivir sin comodidades, sin la tecnología, es necesaria para nuestra vida, tampoco sin ciudades.
Tal vez un problema principal que se detecta es cómo manejar esa tecnología sin conducirnos al suicidio, para esto es importante la educación de nuestras sociedades. Algunos sociólogos plantean una ecuación: ¿Porque los gobernantes invierten más en seguridad que en educación? Resultado: lo que ocurre en las periferias, si se realiza lo inverso ¿el resultado podría ser otro?.
Una cuestión que me surgió estos días es ¿hasta qué punto nos formamos en cuanto se trata de generar vida? En mis años de facultad uno se da cuenta que se imparte conocimientos para modificar nuestro entorno o para influir en lo social, se habla de ética, pero lamentablemente eso queda en mera teoría. Las carreras que tienen que ver con las ciencias técnicas son siempre las más solicitadas y luego las de tipo social, eso para los que consigan estudiar.
Nuestra autonomía también se basa en este aspecto, mientras más formados e informados, más posibilidades de poder, poder para restar la autonomía del otro, poder que incluso puede quitar de su razón la “conciencia de sí” mismo (de la clase de hoy), la mayoría, generalmente que no tuvo acceso a una buena formación, no se da cuenta de su realidad o lo que realmente ocurre detrás de su entorno. Por otro lado también esto genera violencia en muchos sentidos, matan sueños, mata poesía, mata vida.
De todo esto ¿Cómo quebrar esa herencia fratricida? Dejar atrás la esa herencia, dejar de ser Henoc o aun pero un Lamek (Gn 4, 23 -24), tal vez ¿sería convertirnos en un Jonás capaz de dirigir un mensaje a una gran urbe?, claro que muchas ganas el profeta no tenia, para cambiar, no para librarnos de la ira de divina, sino para librarnos de nuestra propia destrucción ¿Cómo redimir nuestras Nínives?
Pelicula (Filme) recomendada: "Brazil" (1985) de Terry Gilliam
Imagen: http://www.blogdeturismo.com/turismo/nueva-york/
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Antígona: uma lei inscrita na carne
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4gGZUD5K9qpZTHMxG1OHvf9x0JPr4cFRPpu4hx7XiroClBqwT3KXeGlOZ5DyFCvf5RM7CCylnjiz3IyY3WNyU9iwZxE_d7pipMMd4HVdsNTpRzLrF-7mSjL0-nxnHW2dnBKlKp4F3Q04/s320/antigona-teatro+2.jpg)
Valentina
¹Para saber mais sobre a tragédia de Sófocle: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4841
²Esta expressão é usada pelo psicofisiólogo V. Ruggeri (2002, p.249ss), mas numa nuance e contexto diferentes.
IMAGEM: http://www.agendameperu.com/2009/05/13/yuyachkani-presenta-antigona/
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
RELATIVIDADE OU LEITURA ANALÍTICA DA BIOÉTICA?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLP2iATDWa4B3DAKoK8dry4VQ0LD9X4fEHV-fcytv1mTS_ZQkOtJYHLbnMPuv0X-s2cTkytcehcw4oyR76oEShfW2gdAJp592gAKMwKeOz8gwOe8U2TpNBRTGJ2fl2uPXxOTX4HLCzYHc/s400/Imagem+Ulisses.jpg)
As ciências com todas as suas tecnologias podem:
F o r m a r
R e f o r m a r
D i s f o r m a r
T r a n s f o r m a r
C o n f o r m a r
I n f o r m a r
F o r m a r
A bioética também pode:
F o r m a r
I n f o r m a r
C o n f o r m a r
T r a n s f o r m a r
D i s f o r m a r
R e f o r m a r
F o r m a r
Esse é um poema concreto, baseado num poema de José Lino Grünewald, conhecido pelo emprego dessa técnica em suas obras. Sendo um poema concreto, sua forma visual tem tanta importância quanto a sua forma sonora. Sete palavras dispostas de maneira a formar um hexágono, na medida em que a primeira palavra tem seis letras; a segunda oito e assim sucessivamente, num movimento crescente seguido de outro decrescente. A palavra eixo não é o verbo formar, mas o substantivo forma, que se encontra velada, vemos quando ela se desloca para a direita até atingir a metade do poema e, em seguida, volta à sua posição inicial, no eixo direita-esquerda. No eixo superior-inferior, a mesma palavra apresenta correspondência invertida de posições, como se colocássemos um espelho sobre o eixo.
A nível denotativo de conteúdo, temos os significados imediatos das palavras:
- Forma: Como substantivo, demonstra os limites exteriores da matéria de que é constituído um corpo; remete a molde; configuração; feitio.
- Formar: Como verbo é transitivo. Remete a constituir; dispor; fundar; dar forma; organizar.
- Reformar: Formar de novo; reconstruir; aprimorar.
- Disformar: dis: separação, negação (da forma); remete a deformar: alterar a forma, perda da forma primitiva.
- Transformar: metamorfosear; dar nova forma.
- Conformar: Conciliar; harmonizar; adequar; harmonizar.
- Informar: Comunicar; participar.
Partimos de uma forma que é corrigida, emendada, a ponto de se tornar disforme, de perder a forma primitiva. Com o “trans/além de”, metamorfoseia-se numa nova forma. Essa então se cristaliza, se torna presente, espalhada, compartilhada. Chega-se ao ponto final que também pode ser um novo início.
A nível conotativo de conteúdo percebe-se que o processo descrito corresponde ao de abertura ou ruptura de algo estabelecido, que culmina numa descoberta, numa transformação, crescimento, e termina no estabelecimento de outro molde ou modelo, isto é, num fechamento. Esse processo tanto pode se referir didaticamente à descoberta, ao novo que rompe códigos estabelecidos, como pode ser mal interpretado, ocasionando ou propondo um fechamento. Cada vez que aprendemos uma coisa nova, rompemos com um molde, tentamos reconstruí-lo, corrigi-lo, até que ele muda tanto, que passa a ser uma nova forma, e assim vamos... E o que parece brincadeira se enche de sentido.
OBS: Não são erros de digitação a separação no segundo poema, bem como se observarem, as palavras em itálico podem fornecer boas pistas para se realizar um bom diálogo sobre o assunto. Basta fazer a escolha que podemos ouvir no desenvolvimento da dinâmica científico-tecnológico os tecnocratas, tecnofóbicos, etc. Até os psicoteólogos.
Ulisses
Imagem:http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/escher/relatividade.html